sexta-feira, 27 de março de 2009

Esperança para o Câncer

23/03/2009
Erva daninha pode ser esperança contra o câncer
Pesquisadores da Univali descobriram capacidade antitumoral na planta

Itajaí – A erva-de-são-simão, (Vermonia Scorpiodes), espécie comum no Brasil e tida como erva daninha frequentemente em pastagens, terrenos baldios e beira de estradas, pode ser uma nova esperança no combate ao câncer.

Pesquisadores do programa de Mestrado em Ciências Farmacêuticas da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), divulgaram relatório em que apontam que compostos isolados da planta demonstraram capacidade de destruir células de melanoma e adenocarcioma característicos de vários agentes antitumorais.

Os extratos e frações da planta demonstraram possuir atividade seletiva, sendo cicotóxicos apenas para células tumorais, apresentando, inclusive, efeito estimulador sobre as células de defesa em testes realizados com camundongos.

"Os resultados são importantes na busca por agentes antitumorais, que somados ao estimulo ao sistema imune auxilia no combate a doença", diz Tania Mari Belle Bresolin, coordenadora do Mestrado em Ciências Farmacêuticas da Univali.

Os pesquisadores alertaram para o risco do uso indiscriminado da planta que, devido a sua toxidade, pode ter efeitos nocivos: “Alguns compostos isolados da planta afetam, também, células não-tumorais. Os estudos são preliminares e ainda são necessários testes complementares para garantir a efetividade e segurança do uso da planta", diz Tania.

Eles esperam que, a divulgação dos resultados preliminares, desperte o interesse de investimentos na pesquisa por parte da indústria farmacêutica. "A planta estava sendo pesquisada há seis anos. É a continuidade dos estudos que permitirá a identificação dos agentes imunoestimuladores e quimioterápicos", completa a pesquisadora.

Mais informações: (47) 3341-7932, com Tania Mari Bellé Bresolin, coordenadora do Mestrado em Ciências Farmacêuticas da Univali.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Haddad vai ao Senado e explica avaliações

(Terça-feira, 27 de fevereiro de 2007 - 13:09)

A convite da Comissão de Educação do Senado, o ministro da Educação, Fernando Haddad, reforçou, nesta terça-feira, 27, a importância dos dados divulgados pelo MEC sobre o desempenho dos estudantes no ensino básico. O ministro explicou aos senadores como funciona a análise das informações do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ele afirmou que a sistemática de cada avaliação funciona de maneira distinta. “Os dados do Saeb podem ser comparados de uma edição para outra, ao contrário do Enem, que tem provas com níveis de dificuldade diferentes de um ano para outro.”

Segundo o Saeb, a partir de 2001 houve avanço no desempenho dos alunos da 4ª série e permanência de queda no aproveitamento da 8ª série do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio. Em 2001, a nota obtida pelos estudantes em português foi de 165,1 e, em 2005, a média subiu para 172,3. Já em matemática, o desempenho aumentou de 176,3, em 2001, para 182,4, em 2005. “A melhoria do desempenho na 4ª série ainda não pode ser comemorada porque o movimento de melhora deve ser confirmado entre esses mesmos alunos na próxima edição do Saeb, este ano”, alertou Haddad.

Em relação ao Enem, o ministro disse que a comparação depois da divulgação dos dados sobre o desempenho dos alunos entre 2005 e 2006 foi tecnicamente equivocada. “O próximo exame pode ter uma prova mais fácil e melhorar as notas dos estudantes, mas isso não significa que o desempenho deles terá melhorado em relação ao ano anterior”, falou. Haddad exemplificou a afirmação citando o caso da escola de Teresina, que teve a melhor nota do Enem 2006, com 74 pontos. No exame anterior, a mesma instituição obteve uma nota maior e não ficou entre as primeiras colocadas do País.

Tempo integral — Questionado pelo senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) sobre a escola em tempo integral, o ministro disse que é preciso resolver questões pendentes antes de implantar instituições públicas de tempo integral. “Precisamos resolver questões como o caso de escolas que têm três turnos, incluindo o chamado 'turno da fome', entre 11h e 15h. Temos que honrar uma agenda que está atrasadíssima, que é a escola de quatro horas”, declarou. Fernando Haddad citou uma pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC) sobre a importância da educação infantil para todo o ciclo da educação básica: crianças que fizeram a pré-escola têm mais chances de concluir o ensino médio do que estudantes que não tiveram a educação infantil.

Engajamento social — Haddad lembrou a importância do engajamento da sociedade para melhorar a qualidade da educação básica. Segundo ele, é necessário uma participação maior da população, já que este nível de ensino atende a 42 milhões de alunos e dois milhões de professores. O presidente da comissão, senador Cristovam Buarque (PDT-DF), concordou com o ministro. “A qualidade da educação deve ser implementada a partir de uma revolução e incorporada no cotidiano da população”, enfatizou o senador.

Flavia Nery

Novidade no ENEM

Ministro explica em entrevista modelo proposto para exames do ENEM.


Quinta-feira, 26 de março de 2009 - 17:03
Para falar sobre a proposta de um novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para substituir os vestibulares das universidades, o ministro da Educação, Fernando Haddad, concedeu nesta quinta-feira, 26, entrevistas à Rádio Bandeirantes e à Rádio Jovem Pan.

Haddad defende um vestibular nacional, assim como acontece em países como Estados Unidos e França. Nesses países, segundo o ministro, os exames nacionais orientam o ensino médio, ajudam na organização curricular, ao mesmo tempo que estimulam o desenvolvimento de capacidade analítica e raciocínio e evitam a necessidade de decorar fórmulas ou informações.

O ministro destacou que o ensino fundamental no Brasil vem crescendo, enquanto o ensino médio continua estagnado. Uma das razões, de acordo com Haddad, é o fato de que o currículo do ensino médio está organizado a partir das provas de vestibular, e não a partir de uma forma interessante e atraente de formular questões para os candidatos.

O novo Enem será elaborado por disciplinas como, por exemplo, matemática, humanidades, ciências, leitura e compreensão de texto, inclusive em língua estrangeira. Haddad explica que a forma de perguntar será a mesma do Enem, combinada com a abrangência de conteúdo do tradicional vestibular.

O novo exame também vai facilitar a vida do estudante brasileiro. Ele não vai precisar fazer várias provas. Se a proposta for aprovada pelas universidades federais, o novo exame será aplicado ainda este ano, para ingresso em 2010. As universidades particulares também poderão aderir ao programa.



Para maiores informações é só entrar no site a seguir:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12717:ministro-explica-em-entrevista-modelo-proposto-para-exames&catid=212&Itemid=86

segunda-feira, 23 de março de 2009

Os Ombros Suportam o Mundo

Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.


Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.


Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teu ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.


Carlos Drummond de Andrade.

terça-feira, 10 de março de 2009

Poeta

Poeta, às horas mortas que o cálice azulado
- Da etérea flor - a noite - debruça-se p'ra o mar,
E a pálida sonâmbula, cumprindo o eterno fado,
As gazas transparentes espalha do luar,
Eu vi-te ao clarão, trêmulo dos astros lá n'altura
Pela janela aberta às virações azuis,
- A amante sobre o peito sedento de ternura,
A mente no infinito sedenta só de luz.

Perto do candelabro teu Lamartine terno
À tua espera abria as folhas de cetim;
Mas tu lias no livro, onde escrevera o Eterno
Letras - que são estrelas - no céu - folha sem fim -
Cismavas... de astro em astro teu pensamento errava
Rasgando o reposteiro da seda azul dos céus:
E teu ouvido atento... em êxtase escutava
Nas virações da noite o respirar de Deus.

O oceano de tua alma, do crânio transbordando,
Enchia a natureza de sentimento e amor,
As noites eram ninhos de amantes s'ocultando,
O monte - um braço erguido em busca do Senhor.
Nas selvas, nas neblinas o olhar visionário
Via s'erguer fantasmas aqui... ali... além,
P'ra ti era o cipreste - o dedo mortuário
Com que o sepulcro aponta no espaço ao longe... alguém

No cedro pensativo, que a sós no descampado
Geme e goteja orvalhos ao sopro do tufão,
Vias um triste velho - sozinho, desprezado
Molhando a barba em prantos co'a fronte para o chão.
Aqui - ondina louca - vogavas sobre os mares -
Ali - silfo ligeiro - na murta ias dormir,
Anjo - de algum cometa, que vaga pelos ares,
Na cabeleira fúlgida brincavas a sorrir.
Sublime panteísta, que amor em ti resumes,
Sentes a alma de Deus na criação brilhar!

Perfume - tu subias, de um anjo entre os perfumes,
Ave do céu - nas nuvens teu ninho ias buscar.
Canta, poeta, os hinos, com que o silêncio acordas,
A natureza - é uma harpa presa nas mãos de Deus.
O mundo passa... e mira o brilho dessas cordas...
E o hino?... O hino apenas chega aos ouvidos teus.
Todo o universo é um templo - o céu a cúpula imensa,
Os astros - lampas de ouro no espaço a cintilar,
A ventania - é o órgão que enche a nave extensa,
Tu és o sacerdote da terra - imenso altar.

Castro Alves
Variedade Linguisticas

São variações que uma língua apresenta, de acordo com as condições culturais, regionais, sociais que cada indivíduo representa.
São existentes duas formas:
•Primeira -
A Culta, onde é empregado a língua padrão.
•Segunda -
A Popular, de ínicio já se tem uma noção do que seja. É a língua que possui uma variedade linguística demasiada que está socialmente fora do padrão.
SONETO

Pálida, à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!

Era a virgem do mar! Na escuma fria
Pela maré das águas embalada...
- Era um anjo entre nuvens d'alvorada,
Que em sonhos se banhava e se esquecia!

Era mais bela! o seio palpitando...
Negros olhos, as pálpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando...

Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti - as noites eu velei chorando,
Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo!

(Álvares de Azevedo)